
Meditação e Psicoterapia. Um dueto possível?
Já conheci muitos mestres de meditação, e percebi que muitos deles falam contra a psicoterapia. Para alguns, parece que seriam caminhos incompatíveis. Mas, será mesmo uma verdade? Será que meditação e psicoterapia não combinam? Eu creio que podem combinar, sim, mas em determinado contexto. Neste escrito, quero conversar com você sobre isso.
O exercício meditativo é algo que, apesar de determinar um estado modificado de consciência característico, sempre inicia por produzir efeitos muito parecidos com outras técnicas que levam ao relaxamento. Há uma redução do tônus do sistema nervoso simpático (ligado às reações de alarme e ao stress), um aumento da capacidade de atenção, dentre outros efeitos que são típicos nos iniciantes.
No entanto, no decorrer das semanas, meses e – principalmente – dos anos, o caminho meditativo nos leva a conhecer aquilo que podemos chamar de “percepção extra mental”, ou “estado supra mental”, ou “espaço além lógica”, ou “consciência cósmica”, ou qualquer outro nome que já tenha sido usado para descrever o que sucede essa “autopercepção não sensorial sem a participação da lógica”. A partir daí, uma nova “janela“ se abre, quando conhecemos um aspecto da nossa essência que coexiste com tudo o que há, sem luta, mas também em um fluxo vivo, pleno.