Sempre que se fala em meditação, todos costumam imaginar alguém bem quietinho, de olhos fechados, sem fazer qualquer movimento, e geralmente pronunciando algum som repetitivo. No entanto, nem sempre é isso que acontece. Essa postura representa apenas uma das várias formas de meditar, e esse é o nosso assunto de hoje: a classificação das técnicas meditativas.
Em termos básicos, poderíamos dividir as meditações em ativas (técnicas com movimento) e passivas (técnicas sem movimento). Tal classificação segue aquilo que apresento em meu livro “Medicina e Meditação”, da MG Editores (http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=939) e também no capítulo sobre meditação que escrevo no livro “Psicologia na Prática Obstétrica”, de Bortoletti et al., Editora Manole (http://www.manole.com.br/livros.php?id=1752). Em maior detalhamento, poderíamos apresentar as técnicas com subdivisões, como vemos abaixo:
1) Meditações Ativas Catárticas
1-a. Base física (foco eminentemente físico)
1-b. Base emocional (foco eminentemente emocional)
1-c. Base mental (foco eminentemente mental)
2) Meditações Ativas de Movimento
2-a. Movimento devocional
2-b. Movimento programado
2-c Movimento espontâneo
3) Meditações passivas concentrativas
3-a. Passivas devocionais
3-b. Passivas com sons
3-c. Passivas de “fixação”
3-d. Passivas de visualização
3-e. Passivas naturais
4) Meditações passivas perceptivas
4-a. Pós-catarse
4-b. Pós-concentração
4-c. Perceptivas devocionais
4-d. Perceptivas de harmonização
4-e. Perceptivas de testemunhar
5) Técnicas mistas
Nesta oportunidade de hoje, falaremos um pouco mais sobre as técnicas ativas de meditação. Vejamos, agora, passo a passo, como são operacionalizados esses tipos de técnicas.
As meditações catárticas se iniciam com algum exercício que permitam externar eventuais conteúdos emocionais reprimidos; em outras palavras, começam “jogando emoções para fora”. Naquelas de cunho físico, tudo começa com uma atividade física, geralmente extenuante, que leva o praticante até a exaustão (ex: correr muito até exaurir-se e depois permitir-se ir ao chão), o que é seguido por um estado de entrega. Na verdade, a âncora consiste em observar esse próprio estado do corpo e, sempre que se apanhar em alguma sequência de pensamentos, deve-se voltar à observação do corpo e de suas sensações, sem julgamento.
As modalidades de cunho emocional repetem alguma reação geralmente ligada à emoção intensa. Pode-se utilizar, por exemplo, o choro – ou o riso – inicialmente forçado, mas que acaba se tornando espontâneo, até que atinja um ponto de descontrole. A partir daí, a reação é liberada até a exaustão (geralmente por um tempo que varia de 15 a 30 minutos, a depender da técnica). Depois disso, como âncora, observa-se o próprio estado do corpo e das emoções, sem julgamento. Mais uma vez, sempre que o meditador se perceber envolvido na corrente de pensamentos, deve voltar à observação do corpo e das emoções.