
A experiência meditativa. Religiosa? Filosófica? Espiritual? Mística?
Desde sempre, se discute o significado da meditação ou, mais especificamente, da experiência meditativa. O ato de meditar seria uma atividade necessariamente religiosa? Filosófica? Espiritual? Mística? São muitas as opiniões, e vários os ângulos pelos quais todos olham para esse procedimento. Neste artigo, emitimos a nossa visão do tema.
Muito se fala sobre meditação e religiosidade. Alguns, inclusive, defendem firmemente a idéia de que meditação deve estar necessariamente ligada a uma prática religiosa. Contudo, técnicas meditativas existem em muitas culturas, há muitíssimos anos; desde cristãos a muçulmanos, desde hindus a judeus, desde índios americanos a esquimós. No passado remoto, de fato, toda a abordagem das emoções humanas eram feitas através de um contexto de religião. Não havia a Psicologia, e nem havia estudos cognitivo-comportamentais humanos que permitissem a proposição de técnicas independentes de uma conjuntura religiosa. Se alguém quisesse discutir suas emoções, procuraria o xamã, ou alguma espécie de sacerdote, a depender da cultura em que vivesse. Hoje em dia, porém, isso não funciona mais assim. Existem psicoterapeutas de várias e boas linhas, que nos ajudam a trabalhar emoções; a entender nossa energia psíquica; a administrar nossas angústias. Da mesma forma que não é mais absolutamente necessário recorrer a um sacerdote para falar de nossa ansiedade, tampouco é necessário estar em um contexto religioso para meditar. Dentro do terreno meditativo, a religião não é proibida, mas também não deve ser obrigatória. Por isso, penso que a experiência meditativa não pode ser chamada de uma experiência religiosa.