
O relaxamento da lógica
“Meditar é não pensar em nada”: eis, aqui, um dos maiores erros didáticos no ensino da meditação. Historicamente, esta frase permeou os centros de ensino e treinamento em meditação, campeou entre os textos de revistas e serviu até como alvo de piadas em torno de método. Certamente, muitas pessoas deixaram de praticar meditação e, consequentemente, deixaram de gozar de seus benefícios, por conta dessa frase, que assusta qualquer candidato a meditar.
Quando alguns instrutores falam em “não pensar em nada”, na verdade, estão falando naquilo que costumamos chamar de “relaxamento da lógica”, o tema da nossa coluna neste mês. Este termo foi proposto, pela primeira vez, por Craven, e adotado pelo nosso grupo (CRAVEN JL. [1989]. Meditation and psychotherapy. Canadian Journal of Psychiatry, 34, 648-53).
O relaxamento da lógica é, sem dúvida, o mais sutil dentre todos os aspectos da prática meditativa. Ele consistiria em, durante a prática, em “pretender não analisar” pensamentos ou